sábado, 11 de junho de 2016

Equilíbrio Energético

EQUILÍBRIO ENERGÉTICO


  •  O gasto energético de cada pessoa depende de factores como a idade, sexo, altura, peso estado de saúde e actividade física.
  •  A actividade física é o parâmetro mais variável ou modificável.

A sua alteração pode interferir rapidamente aumentando ou reduzindo os gastos energéticos.
  •  A ingestão excessiva, para além do que é necessário, resulta num excesso de energia que é armazenado no nosso organismo sob a forma de gordura e daí a necessidade de ajustar as quantidades de alimentos às necessidades de cada pessoa.
 O EXCESSO DE PESO É FREQUENTE NAS PESSOAS COM DIABETES TIPO 2, TORNANDO NA MAIORIA DOS CASOS, MAIS DIFÍCIL O CONTROLO DA DIABETES.

perda de peso reflecte-se geralmente numa melhoria dos níveis de glicemia, dos níveis de gordura no sangue e na redução da pressão arterial.


    (Antero Campeão)


Tríade do Tratamento da Diabetes Tipo 2

TRÍADE DO TRATAMENTO DA DIABETES TIPO 2


Os três elementos da Tríade: Alimentação, Actividade Física e Medicação estão interligados e as suas variações reflectem-se no equilíbrio metabólico da pessoa com diabetes.

Nas doenças crónicas, os conhecimentos e a motivação das pessoas são cada vez mais importantes, para que as decisões e opções acertadas sejam adoptadas com plena consciência.

A isto chama-se “empowerment” que quer dizer dar poder ao doente, através da sua educação e motivação acerca da doença, tratamentos e comportamentos a ter.

O utente não responsável deverá ser informado do pouco interesse em ser mantido no programa da diabetes. 


     (Antero Campeão)

Complicações Crónicas da Diabetes

COMPLICAÇÕES DA DIABETES

COMPLICAÇÕES CRÓNICAS DA DIABETES

As complicações crónicas resultam de um mau controlo metabólico. Isto é, de oscilações frequentes dos níveis glicémicos que vão danificando os sistemas vascular e nervoso, resultando nas complicações macro e microvasculares consoante afectam os grandes ou os pequenos vasos.

AO MANTER AS GLICEMIAS PRÓXIMAS DA NORMALIDADE ESTÁ A REDUZIR O RISCO DE DESENVOLVER:

Ø  RETINOPATIA DIABÉTICA:

Causa major de cegueira

Ø  NEFROPATIA DIABÉTICA:

Lesões microvasculares nos rins. Os produtos que deveriam ser excretados na urina permanecem no organismo, enquanto os nutrientes importantes como as proteínas são excretados.
Com o agravar das lesões os rins podem entrar em falência, levando à diálise, para remover as impurezas presentes no sangue.

Ø  NEUROPATIA DIABÉTICA:

Presença de lesões nos nervos, que afectam a transmissão de sinais ao longo do corpo.
Estas lesões podem levar ao aparecimento dos seguintes sintomas:
·         Dor intensa, dormência, formigueiro ou perda de sensibilidade nos pés ou pernas, especialmente à noite;
·         Disfunção sexual;
·         Alterações no funcionamento do estômago e intestino.

Ø  COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES:

As pessoas com diabetes tipo 2 têm um risco aumentado de Enfarte do Miocárdio, porque habitualmente têm níveis elevados de gorduras e açucares no sangue e a pressão arterial elevada

As complicações crónicas, ao contrário das agudas, não têm tratamento imediato.

O melhor tratamento é a prevenção, através de um excelente controlo metabólico 

(Antero Campeão)


Complicações Agudas da Diabetes

COMPLICAÇÕES DA DIABETES

Complicações Agudas da Diabetes

Hipoglicemia – Coma Hipoglicémico – Cetoacidose – Coma Hiperosmolar

HIPOGLICEMIA

Valor muito baixo de glicemia. Habitualmente define-se como um valor de glicose < 70mg/dL

As causas mais comuns são:
·         Atraso da refeição em relação à toma dos medicamentos para a diabetes;
·         Saltar ou não terminar refeições;
·         Praticar mais exercício físico que o habitual;
·         Toma exagerada de medicamentos para a diabetes;
·         Ingestão excessiva de álcool.

Na presença de uma hipoglicemia a maioria das pessoas apresenta os seguintes sintomas:
Sintomas mais comuns e sem gravidade
·         Tremores
·         Suores frios
·         Fome
·         Sensação de Fraqueza
Sintomas mais preocupantes
·         Taquicardia (palpitações)
·         Visão turva
·         Dor de cabeça
·         Irritabilidade
·         Tonturas

Sempre que o próprio ou outra pessoa suspeite que está com hipoglicemia, deve monitorizar a glicémia capilar. Mas na dúvida e se não tiver possibilidade de verificar a glicemia, deverá agir como se de uma hipoglicemia se tratasse.

Tratamento:

Subir de forma rápida e adequada o nível da glicemia.
·         Como a hipoglicemia pode acontecer em qualquer lugar ou situação é necessário que o diabético tenha sempre consigo alimentos açucarados ou mesmo açúcar.

·         Ao tratar a hipoglicemia com 10 a 15g de HC (2 pacotes de açúcar) diluídos em água ou sumo de fruta açucarado. Sempre que possível deve verificar-se a glicemia capilar 3 a 5 minutos após a ingestão de açúcar.

Prevenção de Hipoglicemias:
·         Horário regular das refeições;
·         Ingestão de quantidades moderadas de HC antes de exercícios imprevistos;
·         Respeitar as quantidades dos medicamentos de acordo com a prescrição médica.


COMA HIPOGLICÉMICO
Perda de consciência causada por hipoglicemia grave.


CETOACIDOSE
Complicação séria que, normalmente, só ocorre nas pessoas com diabetes tipo 1, quando o organismo não tem insulina em quantidade suficiente para usar o açucar como combustível. Como consequência o organismo vai buscar a energia à gordura, o que resulta na produção de substâncias ácidas, denominadas de corpos cetónicos. Estes tornam o Sangue anormalmente ácido e, daí a designação de cetoacidose.


COMA HIPEROSMOLAR















(Situação de inconsciência resultante da subida da glicemia para valores muito acima do normal. Acontece, sobretudo, nos diabéticos tipo 2 não compensados ou descompensados no decurso de uma situação de doença intercorrente.

PÉ DIABÉTICO »»» (Ver Post "Pé Diabético)


ALERTAS A TER EM ATENÇÃO
·         Pese-se pelo menos uma vez por semana (utilizar sempre a mesma balança)
·         Meça o Perímetro abdominal com frequência
·         Esteja atento a sinais de alarme como; sede excessiva, necessidade exagerada de urinar, fome excessiva ou perda de peso repentina sem ter feito nada para esse fim.




(Antero Campeão)

A Importância do Controlo Metabólico

 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLO METABÓLICO

HbA1c – Hemoglobina Glicosilada

Quando o organismo está na presença de glicose em excesso, a hemoglobina* glicolisa, ou seja fica açucarada.
Durante os 90 dias de vida, a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração da mesma no sangue.

Se os níveis de glicose estiverem altos (ou baixos) durante esse período, haverá um aumento (ou diminuição) da hemoglobina Glicosilada. Ao analisar-se quanta glicose a hemoglobina incorporou durante o seu tempo de vida (90 dias), podemos ter uma medida aproximada da glicemia durante os últimos 2 a 3 meses.


É fundamental realizar análises para avaliar a hemoglobina Glicolisada, pois este representa o grau de controlo num determinado período de tempo e não apenas num único momento, como a glicemia capilar

Além da HbA1c, a glicemia capilar em jejum e pós-pandreal devem ser regularmente avaliados.

 Parâmetros de avaliação
 Valores de referência
HbA1c
< 6,5%
Glicemia capilar em jejum
< 110 mg/dl
Glicemia pós-pandreal
< 145 mg/dl

Notas:
·         Além dos valores directamente relacionados com a glicemia e importante que outros valores sejam controlados, nomeadamente a pressão arterial e o perfil lipídico (gorduras no sangue).
·         Pretende-se que a TA diastólica esteja abaixo dos 80mmHg e a Sistólica abaixo dos 130mmHG.
·         Perfil lipídico ideal:
o    C-LDL (Colesterol mau) - < 100 mg/dl
o    C-HDL (Colesterol bom) - > 40 mg/dl
o    Colesterol não HDL (Colesterol total – Colesterol HDL) - < 130 mg/dl
o    Triglicerídeos - < 150 mg/dL

ESTAS SÃO AS MEDIDAS QUE PODEM IMPEDIR/ATRASAR AS COMPLICAÇÕES CRÓNICAS DA DIABETES

* - Proteína transportadora de ferro, responsável pela cor vermelha do sangue

(Antero Campeão)



A Importância do Perímetro Abdominal

A IMPORTÂNCIA DO PERÍMETRO ABDOMINAL


PA

Permite classificar a Obesidade segundo o tipo de distribuição de gordura corporal:
·         Se a gordura se localiza na zona superior do corpo, no abdómen, diz-se obesidade andróide e é caracterizada pelo corpo em forma de maçã.
·         Se a gordura se localiza preferencialmente na zona inferior do corpo, nomeadamente nas coxas e região glútea, denomina-se obesidade ginóide e caracteriza-se pelo corpo em forma de pêra.
O PA é avaliado utilizando uma fita métrica no ponto médio entre o rebordo inferior da costela e a crista ilíaca. (Para facilitar pode ser medido numa linha imaginária que passe pelo umbigo)

Quando o PA está aumentado, o risco de complicações metabólicas, como a diabetes, aumenta

Relação entre o PA e o Risco de Desenvolver doenças


Perímetro Abdominal (cm)
Risco de Complicações metabólicas
Homem
Mulher
Classe 1
Risco reduzido
< 94
< 80
Classe 2
Risco aumentado
≥ 94 - 101
≥ 80 - 87
Classe 3
Risco muito aumentado
≥ 102
≥ 88

(Antero Campeão)






Determinação do Peso Ideal

DETERMINAÇÃO DO PESO IDEAL


A relação da obesidade com a diabetes pode ser explicada porque, devido aos excessos alimentares e acumulação de tecido gordo, há insulinoresistência, ou seja, as células resistem à capacidade da insulina em permitir a entrada de glicose. Como mecanismo de defesa, o organismo está constantemente a produzir insulina. Por esta razão, o pâncreas esgota a capacidade de produzir insulina, resultando numa diabetes tipo 2.

Como saber se tem excesso de peso
Habitualmente é utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC), que é o indicador mais comum para determinar se o peso de um indivíduo se encontra abaixo, no intervalo ou acima dos valores normais, através de uma relação com a altura.

                                                  Fórmula para o cálculo do IMC
IMC = Peso (Kg) / Altura 2



Tabela com a classificação da OMS para o IMC
Classificação
IMC
Risco de Complicações
Baixo Peso
< 18,5
Maior risco de desenvolver problemas de saúde
Peso Normal
18,5 – 24,9
Peso adequado à altura
Pré- Obesidade
25,0 – 29,9
Maior risco de desenvolver problemas de saúde
Obesidade (Classe I)
30,0 – 34,9

Risco elevado de desenvolver problemas de saúde
Obesidade (Classe II)
35,0 – 39,9
Obesidade (Classe III)
> 40,0


    (Antero Campeão)


Factores de Risco

FACTORES DE RISCO


A causa exacta da diabetes tipo 2 é desconhecida.
Sabe-se que existem factores que aumentam o risco de diabetes tipo 2, nomeadamente:
·         Excesso de peso;
·         Idade igual ou superior a 40 anos;
·         Hipertensão Arterial;
·         História familiar de diabetes;
·         Histórico de diabetes gestacional;
·         Estilo de vida sedentário;
·         Ter um filho com peso à nascença superior a 4000g.
·         Os doentes com doenças do pâncreas ou doenças endócrinas



ALERTAS A TER EM ATENÇÃO
·         Pese-se pelo menos uma vez por semana (utilizar sempre a mesma balança)
·         Meça o Perímetro abdominal com frequência
·         Esteja atento a sinais de alarme como; sede excessiva, necessidade exagerada de urinar, fome excessiva ou perda de peso repentina sem ter feito nada para esse fim.

Sintomas típicos
 Urinar em grande quantidade e mais vezes - POLIÚRIA
 Sede constante e intensa - POLIDÍPSIA
 Fome constante e difícil de saciar - POLIFAGIA
 Sensação de boca seca - XEROSTOMIA
 Fadiga
 Comichão (prurido) no corpo (sobretudo ao nível dos orgãos genitais)
 Visão turva
Sintomas na criança e jovens
 Urinar muito (por vezes, pode voltar a urinar na cama)
 Ter muita sede
 Emagrecer rapidamente
 Grande fadiga com dores musculares
 «Comer muito sem nada aproveitar»
 Dores de cabeça, náuseas e vómitos
       
                (Antero Campeão)


sexta-feira, 10 de junho de 2016

Equivalências para Hidratos de Carbono (HC)


EQUIVALÊNCIAS PARA HIDRATOS DE CARBONO (HC)

 CONSUMO DIÁRIO DE HIDRATOS DE CARBONO - 14 PORÇÕES POR DIA
DIVIDADOS POR 7 / 8 REFEIÇÕES DIÁRIAS

ALIMENTOS

QUANTIDADE DE HC
Cerca de 12g de HC = 1 Porção

REPRESENTA 1 PORÇÃO
Batata
70g – 1 do tamanho de um ovo
Arroz "solto" cozido
2 colheres de sopa
Massa cozida
2 colheres de sopa
Grão cozido
3 colheres de sopa
Feijão cozido
3 colheres de sopa
Ervilha cozida
5 colheres de sopa
Fava cozida
5 colheres de sopa
Pão de Trigo (papo-seco)
25g – metade do papo-seco
Pão de Mistura
25g – meia fatia
Pão Integral
30g
Bolachas Integrais
3 bolachas
Bolachas água e sal
2 bolachas
Bolacha Maria
3 bolachas
Tostas integrais
2 tostas
Barra Energética
1 barra = 1 porção e meia
Flocos de Aveia
2 colheres de sopa
Flocos de cereais
3 colheres de sopa
Leite
1 copo tipo galão (200 a 250 ml)
Iogurte líquido magro aromas, sem açúcar
1 embalagem (180 a 200ml)
Iogurte sólido magro aromas, sem açúcar
1 embalagem (125ml)
Figo
Evitar consumir
Ameixas frescas
170g – 2 ameixas
Ananás fresco
130g – 1 rodela
Banana
100g – meia banana
Cerejas
110g – 20 cerejas
Kiwi
135g – 1 kiwi
Laranja
200g – 1 laranja
Tangerina
190g – 1 grande ou 2 pequenas
Maçã
120g – 1 pequena
Manga
100g (já arranjada)
Melancia
220g (já arranjada)
Meloa ou Melão
280g (já arranjada)
Morangos
235g – 14 a 16 morangos
Nêsperas
195g – 6 nêsperas
Pêra
160g – 1 pêra
Pêssego
200g – 1 unidade
Fonte : Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal

UMA ALIMENTAÇÃO CORRECTA ACRESCIDA DE ACTIVIDADE FÍSICA
É A BASE DO SUCESSO PARA O CONTROLE DA DIABETES